PHYLLANTHACEAE

Phyllanthus itatiaiensis Brade

Como citar:

Luiz Santos Filho; Rodrigo Amaro. 2017. Phyllanthus itatiaiensis (PHYLLANTHACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

CR

EOO:

0,00 Km2

AOO:

4,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

A espécie é endêmcica do Brasil (BFG, 2015); seus registros de ocorrência foram realizados exclusivamente na Serra da Mantiqueira, na Pedra do Altar, região do Planalto de Itatiaia (Rio de Janeiro) (Martins et al., 2014). Ocore usualmente em altitudes que variam entre 2400 e 2600 m (Martins et al., 2014).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Luiz Santos Filho
Revisor: Rodrigo Amaro
Critério: B2ab(ii,iii)
Categoria: CR
Justificativa:

Espécie herbácea endêmica do Parque Nacional do Itatiaia, onde foi registrada nos Campos de Altitude, na localidade da Pedra do Altar (AOO=4 km²). Está sujeita a uma situação de ameaça. As queimadas frequentes, que em 97% dos casos têm origem antrópica, causam grande impacto à espécie, visto que, em sete anos (2004-2011) de monitoramento, 5724 ha foram atingidos pelo fogo, dentro e no entorno do Parque (Aximoff, 2011; Aximoff e Rodrigues, 2011), sendo os Campos de Altitude o tipo de vegetação mais afetado, correspondendo a mais de 70% da área queimada (Aximoff, 2011). Os incêndios e o turismo (Barros, 2003; Aximoff, 2011) são ameaças à espécie e implicam declínio contínuo da AOO e qualidade do hábitat.

Último avistamento: 1937
Quantidade de locations: 1
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

A espécie foi descrita originalmente na obra Archivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 15: 9. 1957. Assemelha-se muito a P. niruri devido ao hábito herbáceo, as flores masculinas e femininas com cinco sépalas e o androceu formado por três estames com filetes livres. Podem ser diferenciadas pelas folhas falcadas, com margens levemente revolutas e pelos pedicelos das flores masculinas variarem de comprimento. Algumas espécies do gênero que são comuns são conhecidas popularmente como quebra-pedras (Martins et al., 2014).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: As espécies de Phyllanthus possuem aspectos químicos e potencial valor ecônomico que devem ser inverstigados de maneria mais intensa em futuro próximo (Martins et al., 2014).

População:

Número de subpopulações: circa • 1
Detalhes: Phyllanthus itatiaiensis possui uma subpopulação conhecida (A.C. Brade, 15575).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: herb
Luminosidade: esciophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Campo de Altitude, Vegetação sobre afloramentos rochosos
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Mista Alto-Montana, Campos de Altitude, Afloramento Rochoso
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest, 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude Grassland, 6 Rocky Areas [e.g. inland cliffs, mountain peaks]
Detalhes: Phyllanthus itatiaiensis é uma erva terrestre, encontrada usualmente em ambientes sombreados, frequentemenete associada a Chusquea pinifolia (Ness) Ness; seus registros de coleta indicam ocorrência em Campos de Altitude, Afloramentos rochosos e Florestas Ombrófilas Densas em altitudes elevadas (Martins et al., 2014; BFG, 2015).
Referências:
  1. Martins, E.R., Lima, L.R. de., Cordeiro, I. 2014. Phyllanthus (Phyllanthaceae) no estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia. 65(2): 405-424.
  2. BFG (The Brazil Flora Group), 2015. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66(4):1085–1113. doi: 10.1590/2175-7860201566411

Reprodução:

Detalhes: Espécie monoíca, com período de floração registrado apenas durante o mês de março (Martins et al., 2014).
Fenologia: flowering (Mar~Mar)
Sistema sexual: monoecious
Referências:
  1. Martins, E.R., Lima, L.R. de., Cordeiro, I. 2014. Phyllanthus (Phyllanthaceae) no estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia. 65(2): 405-424.

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat,occupancy past,present,future local very high
As queimadas em Itatiaia, que em 97% dos casos tem origem antrópica, representam grande impacto sobre espécies ameaçadas de extinção que não toleram fogo. Em sete anos (2004-2011), 5.724 ha foram atingidos por fogo dentro e no entorno do PARNA do Itatiaia (Aximoff, 2011; Aximoff e Rodrigues, 2011). Os Campos de Altitude, que apresentam características que facilitam a passagem do fogo, foram o tipo de vegetação mais afetado, correspondendo a mais de 70% da área queimada (Aximoff, 2011).
Referências:
  1. Aximoff, I., 2011. O que Perdemos com a Passagem do Fogo pelos Campos de Altitude do Estado do Rio de Janeiro? Biodiversidade Bras. 1, 180–200.
  2. Aximoff, I., Rodrigues, R.D.C., 2011. Histórico dos incêndios florestais no Parque nacional do Itatiaia. Cienc. Florest. 21, 83–92.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Apesar de ser conhecida somente por sua coleta-tipo na região do Planalto do Itatiaia, a espécie encontra-se protegida dentro dos limites do Parque Nacional do Itatiaia (Martins et al., 2014).